domingo, 14 de setembro de 2008

o projeto

Primeiro tenho que agradecer as Pessoas e Instituições que acreditam na importância do Projeto, sem esse apoio jamais existiria. Acreditam na necessidade de trazer essa discussão para a unidade escolar a questão da diversidade sexual nas mais variadas visões, buscando discussões, fomentando novos questionamentos, abrindo novas perspectivas de pensamento, que possa refletir na sua compreensão de vida e nas atividades pedagógicas. O Projeto se justifica, principalmente, numa escola de formação de professores como é o caso de nossa Instituição: o Instituto de Educação Sarah Kubitschek
Entre os motivos para implementação deste projeto é possível destacar por um lado a existência de um cotidiano vivido nas escolas entre as quais as públicas, onde a discriminação aparece de uma forma, subliminar, invisível, mas perversa e por outro lado o reconhecimento das dificuldades que muitos de nós temos, por uma formação conservadora que impõe valores e tradições discriminatórios para lidar e reconhecer a importância de discutir e aprender um pouco mais sobre o tema sexualidade. Como superar suas barreiras pessoais, que acaba produzindo, muitas vezes, de forma involuntária, atitudes preconceituosas e desta forma ajudar na construção de uma sociedade justa e tolerante com a diversidade? Intolerância, violência, impunidade são também práticas institucionalizadas e, lamentavelmente, aceitas no que se refere à questão da diversidade sexual.
A questão da diversidade de expressão e orientação sexual é um tema difícil e polêmico do nosso tempo e que precisa ser abordado com dignidade, respeito, conhecimento e cidadania pelos professores e seus alunos e alunas futuros professores e professoras.
Não é aceitável do ponto de vista político e ético observar o crescimento da violência e da discriminação ao segmento LGBT, tornando-nos omissos, frente aos direitos legítimos de todo ser humano de ser livre e feliz.

“Pro Dia Nascer Feliz” em sua terceira edição consecutiva vai sendo compreendido por uns, inaceitável por outros e parabenizado por outro tanto.
O apedrejamento ainda é inevitável, do meu jeito vou desviando de umas e sendo atingindo por outras.

Prof. Antonio Pinheiro

...............................................................................................................................
..."Como a ingorância ou o desconhecimento, gera o preconceito, o racismo, a discriminação. Colocar para os alunos e alunas que a vida é como é, com sua multiplicidade e que nao existe uma forma específica para viver, mas exite sim um objetivo que se pode dizer comum ao ser humano: "buscar ser feliz", mas que a felicidade é encontrada de diferentes maneiras, todas importantes se elas cumprem sua missão, nos tornar felizes e humanos frente a mundo e as demais pessoas.
Para isto serve o saber, para nos tornar livres e felizes, cuidando cada um de si, mas ao mesmo tempo de todos."
..............................................................................................................................

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

*****************************************



cooderador do projeto: Prof. Antonio Pinheiro


equipe:
Ademir Abreu - Inspetor
Alan Oliveira - Inspetor
Ana Jessica - Turma 4005
Friday - Turma 2001
Kaka - Turma 2001
Leila Mara - Inspetora
Mayra Moreira - Turma 2002
Preta - Turma 2001
Vivian dos Santos - Turma 2001
Sara Vital - Turma 2001

Saulo Renato - Turma 4005

Wedja Laryssa - Turma 4005





NOSSA HOMENAGEM


Dedicamos esse evento a Edith Modesto


escritora, professora universitária e pesquisadora, mestra e doutora em semiótica francesa pela USP e escritora de ficção juvenil e de livros para adultos sobre homossexualidade.

Em 1992, descobriu que o caçula de seus sete filhos (seis homens e uma mulher) é homossexual. Desesperada, sentindo-se muito só e completamente ignorante sobre a questão, ela procurou outra mãe como ela para conversar e não encontrou.

Em 1997, formou um pequeno grupo de mães de homossexuais, também para que outras mães tivessem o que ela não teve. Até 1999, o grupo não passava de quatro mães, que se encontravam em sua casa.

Em 1999, o grupo virtual foi fundado e o GPH começou a crescer, principalmente porque Edith criou coragem para divulgar sua existência na mídia.

A partir de julho de 2005, o grupo contou com o apoio psicológico voluntário do psicólogo Klecius Borges, o único especialista em terapia afirmativa no Brasil

Durante esse tempo, sua fundadora tem feito parcerias com vários grupos de militância e com a Prefeitura de São Paulo, principalmente para falar sobre a diversidade sexual para professores da escola pública.

Em julho de 2006, a Editora Record lançou o livro “Vidas em arco-íris – Depoimentos sobre a homossexualidade”, de autoria da fundadora do GPH, livro feito a partir de 89 entrevistas com homens e mulheres homossexuais, de 15 a 62 anos.

Hoje, o GPH é formado por mais de 200 associados em todo o Brasil!



Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

Foi um jornalista e escritor brasileiro. Apontado como um dos expoentes de sua geração, sua obra, escrita num estilo econômico e bem pessoal. Apresenta uma visão dramática do mundo moderno e é considerado um "fotógrafo da fragmentação contemporânea".









Sala Laura de Vison (sala pedagógica)




Foi um ator e ícone do transformismo brasileiro, musa de undergrroud carioca. Sem igual no mundo Gay. Também trabalhou uma grande parte de sua vida como professor de História e Moral e Cívica da rede estadual de ensino.

Foi um ator e ícone do transformismo brasileiro, musa do undergroud carioca. Sem igual no mundo Gay. Também trabalhou uma grande parte de sua vida como professor de História Moral e cívica na rede estadual de edual de ensino.




Sala Ana Carolina (mandarino)


Cantora, compositora, arranjadora e instrumentista brasileira.








Espaço Arco-Irís (pátio)

Desenhada pelo artista plástico Gilbert Baker, em 1977, a bandeira inspirada no arco-íris foi adotada pela comunidade homossexual e virou seu principal símbolo.

A bandeira nasceu com oito cores mas perdeu duas, devido à dificuldade da impressão em grande escala. Hoje tem seis (uma a menos que o arco-íris).

O uso generalizado da bandeira arco-íris em manifestações LGBT começa nos anos 80. Sendo hoje reconhecida mundialmente como o símbolo das minorias sexuais. A sua versão mais atual tem seis barras horizontais, cada uma com uma cor diferente, de cima para baixo, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. Cada cor representa um conceito. O roxo representa vida; laranja, coração; amarelo, sol; verde, natureza; azul anil, harmonia e violeta, espírito.


Nossos sinceros agradecimentos as pessoas que se seguem, pelo carinho e estímulo que nos deram para a realização deste evento.

Ademir Pontes Junior, Ana Nishio, Antonio Moreno, Aurea Regina, Eva Dionizio, Lilia Vieira, Marcio Caetano, Metro V, Cila Borges, Claudio Nascimento, Dirceu Castilho, Eliana Rodrigues, Gilda Francisco, Jorge Toledo, Sheila Hansen, SEPE Regional V


PROGRAMAÇÃO



Dia 22 [segunda-feira] 09 - 08

7h às 12h – O arco-íris pintando o Sarah. Montagem dos painéis e dos murais, Trabalho realizado em conjunto com os alunos envolvidos no projeto e quem mais chegar. Cartazes da Turma: 2002

14hEspaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

Abertura

*Leitura do trecho do conto Terça-Feira Gorda do Caio Fernando Abreu.

Turma 2001 - Aluno Marlon

*Palestra: Vidas em Arco-Iris

Edith Modesto - Paulistana, mestra e doutora em Semiótica francesa pela Universidade de São Paulo, é professora universitária e autora de mais de 10 livros infanto-juvenis publicados por importantes editoras brasileiras, além de outros que tratam de homossexualidade em seus vários aspectos. A escritora também tem artigos e entrevistas publicados em diversos veículos da mídia nacional. Mãe de sete filhos, um deles homossexual, em 1997 Edith fundou e coordena o Primeiro Grupo de Pais de Homossexuais do Brasil, que conta atualmente, com mais de 200 pais e mães. Além disso, ela iniciou em São Paulo, há um ano, o Projeto Purpurina, um trabalho sócio-cultural com jovens homossexuais de 13 a 24 anos, rapazes e moças. http://www.gph.org.br

*Encerramento

Turma 2008 - Aluno Felipe dos Santos e Leoni Alves

Turma 4004 - Jose Renato

Musica: Pro Dia Nascer Feliz, Cazuza.

Dia 23 [terça-feira] 09 - 08

08h30Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

Filme : Minha Vida Cor de Rosa

10h45 - Debate (após exibição do filme) Vulnerabilidades na Infância e Adolescência em suas Sexualidades e Transexuais no âmbito escolar.

Palestrante: Srª Barbara Graner - PN DST/Aids

13h30 - Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

Filme : Minha Vida Cor de Rosa

16:30 - Debate (após exibição do filme) Vulnerabilidades na Infância e Adolescência em suas Sexualidades e Transexuais no âmbito escolar

Palestrante: Srª Barbara Graner - PN DST/Aids

Dia 24 [quarta-feira] 09 - 08

10h – 16h - Espaço Arco-Irís (no pátio)

*Barraca Boca em Boca – DST
CAMTRA – Casa da Mulher trabalhadora

*Ciranda de Livros

Mostra de livros infantis criados pelos alunos e alunas

Turmas: 2002, 4004 e 4005

*Vida e Obra - Caio Fernando Abreu

Turma:

10h40 – Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

Palestra: Sexualidade e Prevenção as DST/AIDS na juventude

Marly Cruz - Graduação e licenciatura em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1993), Especialização em Saúde Pública (1994), Residência em nível de saúde pública (1997), Mestrado em Saúde Pública (1999) e Doutorado em Saúde Pública (2006) pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/FIOCRUZ). Atualmente atua como pesquisadora e professora do Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (LASER/DENSP/FIOCRUZ). Tem experiência em Saúde Pública na parte de ensino e pesquisa na área de avaliação em saúde, com ênfase em DST/AIDS, bem como nas áreas de avaliação de programas sociais, tecnologia educacional, atenção básica, sexualidade e drogas.

13h40 – Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

(CANCELADA) -Palestra/oficina: "Desafios na Adolescência - Sexualidade em Questão"

Facilitadores

Alexandre Magno - Advogado;
Luiz Fernando - Estagiário de Psicologia
Paula Smith - Psicóloga e Coordenadora do CREH
Silvester Brandão - Assistente Social

ODH-PROJETO LEGAL
Programa Sexualidade e Direitos Humanos
Centro de Referência de Enfrentamento à Homofobia

13h40Sala Ana Carolina (mandarino)

RODA DE CONVERSA: Sexo Seguro DSTs HIV/AIDS Saúde e Prevenção

Palestrante: Barbara Graner PN DST/Aids

Dia 25 [quinta-feira] 09 - 08

10h40Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

FILME - CURTAS

Pra que time ele joga? - 23min

Medo de que? - 18min

Borboletas da Vida. - 38min

Escola sem Homofobia, - 28min

10h40 - Sala Ana Carolina (mandarino)

Palestra/Relato: Projeto:Falando sobre homofobia

O Encontro com os alunos da Escola Municipal Pedro Paulo da Silva, Em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias teve como objetivo abordar as diferentes formas de preconceito sofrido por homossexuais, bissexuais, Travestis e Transgêneros. Ainda que o ambiente escolar fora maior alvo do enfoque, todos os outros meios sociais foram mencionados numa tentativa de combate às expressões homofóbicas que trazem todas as sérias implicações de violência e desrespeito à diversidade.
Com o projeto realizado, fora possível abrir um espaço para abordagem do tema com discentes dos primeiros anos escolares.
A conversa fora enriquecida com cartazes, o filme: O espanta tubarão(pequeno trecho), dados estatísticos e uma enquete.

Guilherme Moreira

Prof. Do primeiro seg. com formação em Educação Especial, pela SME de Duque de Caxias. Graduação em Letras ( Português- Literaturas). Atualmente: Professor da classe de Autismo do Ciep 405/professor do Ens. Médio do Colégio Estadual Duque de Caxias em Niterói.

10h40 - Sala Laura de Vison (sala pedagógica)

Oficina: DIVERSIDADE SEXUAL, O QUE É ISSO? Conhecendo o outro para me conhecer melhor.

Essa oficina tem por objetivo fazer uma aproximação sobre a temática da diversidade sexual construindo assim uma reflexão que favoreça a desconstrução dos preconceitos, fortaleça o respeito as diferenças e promova ações práticas e educativas para a construção de uma cultura de paz e tolerância a partir do auto-conhecimento e relações sociais.

(máximo 25 alunos ou alunas)

Sandra Regina de Souza Marcelino.

Graduanda do 8º período em Serviço Social na PUC Rio, pesquisadora PIBIC, membro colaboradora do grupo Diversidade de Niterói, Membro do grupo de pesquisa PUC-Rio: Diversidade Sexual, Cidadania e Religião - Linha de pesquisa e trabalho: Sexualidades, Cidadania e Relações Sociais.


Morjana Britto

Estudante do 6° período de Educação Física na UNISSUAM. Pesquisadora voluntária PIBIC, atua no Projeto de Pesquisa sobre Representações Sociais, formação profissional e questões de gênero na Educação Física Escolar.

13h40Espaço Caio Fernando Abreu (sala de vídeo)

FILME - CURTAS

Pra que time ele joga? - 23min

Medo de que? - 18min

Borboletas da Vida. - 38min

10h40 - Sala Ana Carolina (mandarino)

Palestra/Relato: Projeto:Falando sobre homofobia

O Encontro com os alunos da Escola Municipal Pedro Paulo da Silva, Em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias teve como objetivo abordar as diferentes formas de preconceito sofrido por homossexuais, bissexuais, Travestis e Transgêneros. Ainda que o ambiente escolar fora maior alvo do enfoque, todos os outros meios sociais foram mencionados numa tentativa de combate às expressões homofóbicas que trazem todas as sérias implicações de violência e desrespeito à diversidade.
Com o projeto realizado, fora possível abrir um espaço para abordagem do tema com discentes dos primeiros anos escolares.
A conversa fora enriquecida com cartazes, o filme: O espanta tubarão(pequeno trecho), dados estatísticos e uma enquete.

Guilherme Moreira

Prof. Do primeiro seg. com formação em Educação Especial, pela SME de Duque de Caxias. Graduação em Letras ( Português- Literaturas). Atualmente: Professor da classe de Autismo do Ciep 405/professor do Ens. Médio do Colégio Estadual Duque de Caxias em Niterói.

13h40 - Sala Laura de Vison (mandarino)

Oficina: DIVERSIDADE SEXUAL, O QUE É ISSO? Conhecendo o outro para me conhecer melhor.

Essa oficina tem por objetivo fazer uma aproximação sobre a temática da diversidade sexual construindo assim uma reflexão que favoreça a desconstrução dos preconceitos, fortaleça o respeito as diferenças e promova ações práticas e educativas para a construção de uma cultura de paz e tolerância a partir do auto-conhecimento e relações sociais.

(máximo 25 alunos ou alunas)

Sandra Regina de Souza Marcelino.

Graduanda do 8º período em Serviço Social na PUC Rio, pesquisadora PIBIC, membro colaboradora do grupo Diversidade de Niterói, Membro do grupo de pesquisa PUC-Rio: Diversidade Sexual, Cidadania e Religião - Linha de pesquisa e trabalho: Sexualidades, Cidadania e Relações Sociais.


Morjana Britto

Estudante do 6° período de Educação Física na UNISSUAM. Pesquisadora voluntária PIBIC, atua no Projeto de Pesquisa sobre Representações Sociais, formação profissional e questões de gênero na Educação Física Escolar.

Dia 26 [sexta-feira] 09 - 08

[SEM PROGRAMAÇÃO]

DIA 22

Abertrura do Projeto

Edith Modesto
Vidas em arco-iris








Prof. Antonio Pinheiro e Edith Modesto







Edith Modesto - Vidas em arco-íris

DIA 23

Filme : Minha Vida Cor de Rosa

Debate (após exibição do filme) Vulnerabilidades na Infância e Adolescência em suas Sexualidades e Transexuais no âmbito escolar.

debate com: Srª Barbara Graner - PN DST/Aids





o papo continua mesmo depois da apresentação






Barbara Graner e Prof. Antonio Pinheiro

DIA 24

Palestra: Sexualidade e Prevenção as DST/AIDS na juventude

apresentação: Marly Cruz





Marly Cruz e Prof. Antonio Pinheiro


RODA DE CONVERSA: Sexo Seguro DSTs HIV/AIDS Saúde e Prevenção

apresentação: Barbara Graner


Barraca De Boca em Boca - CAMTRA Casa da Mulher Trabalhadora
falando em prevensão e DST


DIA 25

Oficina: DIVERSIDADE SEXUAL, O QUE É ISSO?
Sandra Regina de Souza Marcelino e Marjana Britto



Palestra/Relato: Projeto:Falando sobre homofobia
Prof. Guilherme Moreira



DIA 26

[SEM PROGRAMAÇÃO]

--------------------------------------------------------------------------------

Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio da Silva, na solenidade de abertura da I Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais - GLBT
Brasilia - DF, 05 de Junho de 2008

(texto)
http://www.imprensa.planalto.gov.br/download/discursos/pr714-2@.doc

(áudio)
http://www.imprensa.planalto.gov.br/media/audio/pr714-2@.mp3

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------




....................................

Carta de Brasília

Os(as) delegados(as) da Conferência Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais aprovaram, na madrugada do dia 9, a Carta de Brasília. A Carta expressa a esperança de um futuro sem preconceito e discriminação.

Carta de Brasília

Nós delegadas e delegados, participantes da Conferencia Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), reunidos em Brasília, entre os dias 5 e 8 de junho de 2008, com o intuito de avaliar e propor estratégias de promoção da cidadania e de combate à violência e a discriminação contra a população LGBT, manifestamos nossa esperança e confiança de conquistarmos um Brasil e um mundo sem nenhum tipo de preconceito e segregação;

Consideramos que o processo de mobilização social e a consolidação de políticas públicas em todas as esferas do Estado são fatores determinantes para a construção de uma sociedade plenamente democrática, justa, libertária e inclusiva;

Para tanto, assumimos o compromisso de nos empenharmos cada vez mais na luta pela erradicação da homofobia, transfobia, lesbofobia, machismo e racismo do cotidiano de nossas instituições e sociedade, e por um Estado laico de fato;

A humanidade conhece os horrores causados pelas diferentes formas e manifestações de intolerância, preconceito e discriminações praticadas contra idosos, crianças, pessoas com deficiência, bem como por motivações de gênero, raça, etnia, religião, orientação sexual e identidade de gênero;

Contra o segmento LGBT tem recaído, durante séculos, uma das maiores cargas de preconceito e discriminações. Na idade média foram queimados em fogueiras. Durante o reino da barbárie nazista foram marcados com o triangulo rosa e assassinados em campos de concentração e fornos crematórios, juntamente com Judeus, Ciganos e Testemunhas de Jeová. Também nos países ditos do “socialismo real”, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais foram vitimas de discriminações, preconceito, e condenações, o que mostra que a intolerância e a discriminação extrapolam as barreiras ideológicas e os regimes políticos;

Assim, como os preconceitos foram gerados e alimentados por determinadas condições históricas, é chegado o momento de introduzir no âmago dos valores essenciais da sociedade: a consciência, o respeito e o reconhecimento da dignidade da pessoa humana, em sua absoluta integridade, em superação a comportamentos, atitudes e ações impeditivas ao avanço de conquistas civilizatórias, as quais dedicamos nossos melhores esforços;

No mundo de hoje ainda existem países onde uma pessoa pode ser presa, condenada e morta por sua orientação sexual e identidade de gênero. A ONU reconhece a condição de refugiado político às pessoas que estejam ameaçadas em sua segurança ou integridade em virtude de sua raça, religião, nacionalidade, opinião política ou identificação a certos grupos sociais – onde se incide a orientação sexual e a identidade de gênero, quando expostas a situações de ameaça, discriminação ou violência – circunstâncias características de grave violação de direitos humanos;

Cumpre ao Poder Público (Executivo, Legislativo e Judiciário), o dever do diálogo, entre seus órgãos, e com a sociedade civil, com vistas à convalidação de direitos e à promoção da cidadania LGBT; seja pela ampliação, transversalidade e capilaridade de políticas públicas; pelo aprimoramento legislativo e pelo avanço jurisprudencial que reconheça, no ordenamento constitucional, a legitimidade de direitos e garantias legais reivindicadas pelo público LGBT em suas especificidades;

Nem menos, nem mais: direitos iguais!

É oportuno que o governo brasileiro busque apoio na comunidade internacional para a retomada, junto ao conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), das discussões para a aprovação de uma nova resolução dedicada aos Direitos Humanos e a Orientação Sexual e Identidade de Gênero, a exemplo da Resolução já aprovada na OEA, também apresentada pelo Brasil.

A prática afetivo-sexual consentida entre pessoas do mesmo sexo integra os direitos fundamentais à privacidade e à liberdade. Por isso, o avanço da cidadania LGBT requer o reconhecimento das relações homoafetivas como geradora de direitos, sem discriminação quanto àqueles observados nos vínculos heterossexuais;

Repudiamos toda e qualquer associação entre a promoção de direitos da população LGBT com a criminosa prática da pedofilia e da violência sexual presente na sociedade brasileira, que devem ser tratadas, rigorosamente na forma de lei;

Consideramos que a luta pelo direito à livre orientação sexual e identidade de gênero constitui legítima reivindicação para o avanço dos direitos humanos em nossa sociedade e para o aprimoramento do Estado Democrático de Direito;

Para tanto, solicitamos urgência na criação do Plano Nacional de Direitos Humanos e Cidadania LGBT; o cumprimento dos objetivos do Programa Brasil sem Homofobia e a aprovação dos projetos de lei que criminaliza a homofobia; que reconhece a união civil de pessoas do mesmo sexo e que autoriza a mudança do nome civil das travestis e transexuais pelo seu nome social;

Por isso, nós, participantes da Conferência Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais reivindicamos ao Poder Público (nos três níveis) que se aprofunde esforços, reflexões e ações em prol da consolidação de direitos de toda a comunidade LGBT, a fim de que as futuras gerações possam viver num mundo onde toda modalidade de preconceito e discriminação, motivadas por questões raciais, religiosas, políticas e de orientação sexual e identidade de gênero, estejam definitivamente suprimida do convívio humano.


Brasília 08 de junho de 2008